Uma mudança nos valores de referência para diagnóstico de pressão alta, definida por entidades médicas da Argentina com base em novos estudos clínicos, está provocando impacto direto nos sistemas de saúde da América Latina. O limite que antes era considerado aceitável — 14 por 9 (140/90 mmHg) — foi reduzido para 13 por 8 (130/80 mmHg). A atualização visa intensificar a prevenção de infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs), ao permitir diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes.
A alteração já causa repercussão entre profissionais da saúde, pois amplia significativamente o número de pessoas consideradas hipertensas. Estudos indicam que controlar a pressão dentro dos novos limites pode evitar até 15% dos infartos e cerca de 18% dos AVCs, o que reforça a necessidade de adoção urgente dessa referência também no Brasil. Para a especialista Marina Costa, colaboradora do FDR, o novo parâmetro deve servir de alerta tanto para pacientes quanto para gestores públicos, principalmente em relação ao o a medicamentos, muitos dos quais não estão disponíveis na Farmácia Popular.
A hipertensão é frequentemente silenciosa e perigosa. Em muitos casos, o paciente não apresenta sintomas visíveis e só descobre a doença após uma complicação grave. Segundo estimativas, menos da metade das pessoas com pressão alta sabem que possuem a condição, e grande parte dos diagnosticados abandona ou negligencia o tratamento, o que contribui para o aumento de casos de insuficiência renal, derrames e complicações cardíacas.
A nova diretriz torna ainda mais relevante a adoção de medidas preventivas no cotidiano. Médicos orientam a população a medir a pressão regularmente, manter alimentação com baixo teor de sal, praticar atividades físicas, evitar bebidas alcoólicas, parar de fumar e seguir rigorosamente as prescrições médicas. A redefinição dos limites não apenas amplia a quantidade de pessoas em risco, como também escancara a urgência de políticas públicas mais eficazes no enfrentamento da hipertensão no Brasil.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper