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Funcionário de empresa de valores vazou plano para roubo de R$ 30 milhões em Caxias do Sul, diz PF
Publicado em 28/05/2025 14:27
POLÍCIA
Um funcionário de uma empresa de transporte de valores foi identificado pela Polícia Federal como o responsável por vazar informações cruciais que permitiram a execução do maior assalto da história do Rio Grande do Sul. O crime ocorreu em 19 de junho de 2023, no aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, quando criminosos roubaram R$ 30 milhões de uma aeronave recém-chegada ao terminal.
A revelação foi feita na manhã desta quarta-feira (28), quando a Polícia Federal deflagrou uma operação que cumpre 21 mandados de prisão preventiva contra suspeitos de participação no roubo. Até o início da tarde, 14 prisões haviam sido realizadas, incluindo a do funcionário da empresa de valores, que teria se comunicado diretamente com integrantes da quadrilha.
Durante a ação desta quarta, em Gravataí, um dos alvos, identificado como Vitor Ricalde Soares, foi baleado após trocar tiros com os policiais no momento do cumprimento do mandado. Soares foi socorrido e encaminhado ao Hospital Dom João Becker, onde está internado fora de risco. Ele seria ligado a Diego Moacir Jung, o Dieguinho, apontado como mentor do assalto e conhecido por envolvimento em ataques a carros-fortes no Estado.
Segundo a PF, o assalto foi planejado por duas facções criminosas, uma com base no Rio Grande do Sul e outra em São Paulo. Bandidos paulistas se deslocaram até Caxias do Sul para a ação, que contou com o apoio de criminosos da Região Metropolitana de Porto Alegre. Na ocasião, um policial militar e dois criminosos morreram durante confronto com a Brigada Militar. Parte do dinheiro — R$ 15 milhões — foi recuperada no mesmo dia, dentro de um veículo usado pelos assaltantes.
As investigações avançaram com o rastreamento de dados cibernéticos que conectaram os suspeitos em dois núcleos: um com 19 integrantes, identificados em 2024, e outro com 21 envolvidos, que são alvo da operação atual. A Polícia Federal também usou exames genéticos para comprovar que a quadrilha participou de pelo menos 25 grandes roubos no Brasil e no Exterior.
Entre os crimes atribuídos ao grupo está o assalto à sede da Prosegur, no Paraguai, em 2017, uma ação que envolveu o domínio da cidade, bloqueio de comunicações e tomada de reféns. A quadrilha é considerada altamente estruturada e violenta, com atuações coordenadas em vários estados e até operações internacionais.
Em entrevista coletiva, o superintendente da PF no Rio Grande do Sul, delegado Aldronei Pacheco Rodrigues, e o secretário estadual da Segurança Pública, Sandro Caron, destacaram que mais de 30 criminosos já foram identificados e presos. Ambos também elogiaram o apoio da Brigada Militar ao longo das investigações, que duraram mais de um ano.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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