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Golpe das falsas corretoras no RS já causou prejuízo de R$ 15 milhões e envolve esquema sofisticado, diz polícia
Publicado em 03/06/2025 15:18
POLÍCIA
A 8ª Delegacia de Polícia (8ªDP) de Porto Alegre investiga um sofisticado golpe aplicado por falsas corretoras de investimentos, que já resultou em prejuízos estimados em R$ 15 milhões a moradores da Capital e do Interior do Rio Grande do Sul. A ofensiva policial da última semana, que prendeu dois suspeitos em Natal (RN), fez disparar o número de registros na delegacia, com cerca de 30 vítimas formalizando denúncias e dezenas de outras mantendo contato por telefone e internet.
Conforme o delegado Juliano Ferreira, responsável pelo inquérito, o golpe utiliza uma engenharia social complexa que o torna um dos mais elaborados em seus 25 anos de carreira. Entre as vítimas, um morador da Capital relata ter perdido R$ 3,5 milhões após oito meses de depósitos, período em que a falsa corretora permitiu saques menores para ganhar confiança e convencer o investidor a aportar quantias cada vez maiores.
O esquema mira especialmente idosos que buscam corretoras pela internet. Inicialmente, o contato é feito por meio do telefone informado pela vítima ou por mensagens automáticas via chatbots nos sites. A partir daí, as conversas migraram para o WhatsApp. Os golpistas se apresentam como representantes de corretoras internacionais ligadas a grandes bancos e atuam em bolsas de valores e criptomoedas.
Após os depósitos, os criminosos permitem retiradas pequenas para dar a impressão de legitimidade, mas depois dificultam o o ao dinheiro, alegando multas contratuais ou necessidade de cumprir prazos para o retorno prometido. Outra tática envolve a exigência de novos depósitos para alcançar “metas” que supostamente garantem maior rentabilidade.
Para reforçar a ilusão, as vítimas recebem links para plataformas digitais onde podem acompanhar a evolução do patrimônio, que na verdade é manipulada para simular valorização entre 20% e 30% em poucos meses, ganhos muito acima do mercado.
Segundo a comissária Tatiana da Rosa Giuliatto, as vítimas costumam acreditar até o fim na narrativa, muitas vezes registrando o prejuízo como o suposto rendimento, quando na verdade perderam todo o valor investido desde o início.
A investigação aponta para a existência de múltiplos grupos criminosos com modus operandi semelhantes e possíveis conexões em outras regiões do país. A 8ªDP mantém contato diário com polícias estaduais para identificar os envolvidos e evitar novos golpes. A delegacia alerta para que investidores desconfiem de promessas de lucros altos e garantidos, especialmente em investimentos não regulamentados.
"Todo o estelionatário busca a confiança da vítima para iludi-la, fazendo-a sentir-se segura para investir cada vez mais", ressalta o delegado Ferreira.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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