A colheita da soja está praticamente concluída na maior parte das regiões istrativas do Rio Grande do Sul, conforme aponta o Informativo Conjuntural divulgado recentemente pela Emater/RS-Ascar. O avanço das operações ocorre, no entanto, em meio a fortes perdas de produtividade e dificuldades econômicas, especialmente nas regiões da Fronteira Oeste e da Campanha.
Na regional de Bagé, que abrange a Fronteira Oeste, restam apenas 3,3% da área plantada a ser colhida — o equivalente a 23 mil hectares dos 697.310 cultivados. Municípios como Barra do Quaraí, Maçambará, Rosário do Sul, Santa Margarida do Sul, São Gabriel e Uruguaiana já concluíram a colheita. Em São Gabriel, a quebra de safra chegou a 50%, em relação à estimativa inicial de 2.880 kg/ha.
Em Alegrete, as chuvas nas últimas semanas atrasaram os trabalhos, permitindo o o apenas a áreas mais altas e arenosas. Já em São Borja, apenas 2% da área total de 105 mil hectares ainda não foi colhida. As produtividades na região variam de 1.080 kg/ha em lavouras de sequeiro até 3.000 kg/ha nas áreas irrigadas.
Na Campanha, dos 374.500 hectares plantados, cerca de 11 mil hectares ainda aguardam colheita. O clima seco e as temperaturas amenas favoreceram os trabalhos, mas o encurtamento dos dias e o acúmulo de orvalho têm limitado o tempo útil para as operações. A colheita já terminou em Caçapava do Sul e Candiota, enquanto Aceguá, Bagé, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul devem concluir os trabalhos até o final de maio.
Em Hulha Negra, a produtividade média é de 1.800 kg/ha, e os preços pouco atrativos têm levado produtores a considerar a entrega de maquinários como forma de amortizar dívidas. A Emater alerta para o risco de retração na área plantada na próxima safra.
Entre os principais desafios técnicos da temporada esteve o controle de plantas daninhas. Mesmo com investimentos elevados em herbicidas, foram registradas perdas de até cinco sacas por hectare. A vassourinha-de-botão (Spermacoce verticillata) foi identificada pela primeira vez na região, elevando os custos de manejo.
Apesar das adversidades, algumas lavouras obtiveram bons resultados, especialmente no sul de Aceguá, com produtividade média de 2.280 kg/ha e registros superiores a 2.700 kg/ha em 20 municípios atendidos pela Emater.
A colheita já foi finalizada nas regiões de Caxias do Sul, Frederico Westphalen, o Fundo e Soledade. Nas regionais de Erechim, Ijuí e Santa Maria, restam apenas áreas residuais. Em Pelotas, 95% da soja foi colhida; os destaques de áreas remanescentes são Jaguarão (25%), Rio Grande (20%) e Santa Vitória do Palmar (17%). Em Santa Rosa, 98% da área está colhida, restando apenas lavouras de semeadura tardia, realizadas em março.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
