A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) ou a integrar, nesta quinta-feira (5), a lista de procurados da Interpol, por meio da chamada difusão vermelha — alerta internacional para localização e prisão. O pedido foi feito pela Polícia Federal (PF) com base na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão preventiva da parlamentar. A inclusão foi confirmada pelo portal g1.
O pedido foi enviado à sede da Interpol em Lyon, na França, por volta das 17h da quarta-feira (4), após a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitar, além da prisão, a suspensão dos aportes da deputada e sua inclusão na lista internacional de procurados.
Na terça-feira (3), Zambelli declarou publicamente que se encontra em tratamento médico nos Estados Unidos, que pretende se mudar para a Itália e que pedirá licença da Câmara dos Deputados. Na mesma ocasião, afirmou ter cidadania italiana e declarou à CNN que seria "intocável" na Itália, considerando que, segundo ela, não poderia ser extraditada por ser cidadã daquele país.
A parlamentar responde a dois processos no STF. Em um deles, já foi condenada por unanimidade a 10 anos de prisão e à perda do mandato, por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No outro, é investigada por perseguir um homem com uma arma de fogo na véspera do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Além disso, o ministro Alexandre de Moraes determinou na noite de quarta-feira (4) a abertura de um novo inquérito contra Zambelli, para apurar possíveis crimes de coação e obstrução de investigação envolvendo organização criminosa. Na decisão, Moraes afirmou que as ações da deputada indicam risco de reiteração criminosa e tentativa de descredibilização das instituições democráticas do país.
Mesmo com a cidadania italiana, Zambelli poderá ser alvo de um processo de extradição ou de transferência de execução penal. No caso da extradição, o Brasil formaliza o pedido ao país onde a pessoa se encontra para que ela seja devolvida ao território nacional. Já na transferência, a execução da pena pode ser assumida pelo país estrangeiro.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper